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VÍDEO: veterinária dá dicas sobre medicar cães e gatos

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Foto: Renan Mattos (Diário)
Segundo a médica veterinária Cristian Raquel, colocar o remédio no canto da boca com uma seringa facilita a deglutição

Quando nossos bichinhos de estimação passam mal, é normal procurarmos a maneira mais rápida de ajudá-los. Por isso, muitas pessoas acabam apelando a receitas ou métodos caseiros para medicar os animais. Entretanto, agir sem acompanhamento de um profissional qualificado pode criar problemas para cães e gatos.

A médica veterinária Cristian Raquel Machado Alves, da clínica CrisVet, em Santa Maria, fala que complicações causadas pelo uso caseiro de medicamentos sem consulta médica fazem parte do cotidiano da profissão dela. Ela explica que, na ânsia de ajudar o animal, os tutores não utilizam critérios adequados para diagnosticar qual é a real dificuldade do pet. O diagnóstico, aliás, deve ser feito por um médico veterinário.

Segundo Cristian Raquel, é rotineiro que medicamentos de uso humano sejam ministrados para os amigos de quatro patas. Diclofenaco, paracetamol, e outros anti-inflamatórios e antitérmicos são bastante utilizados de forma irregular.

- O diclofenaco causa uma úlcera gástrica no animal. Literalmente, abre um buraco no estômago dele - fala a profissional que é formada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) há 10 anos.

Quanto às receitas caseiras, a veterinária se surpreendeu com a variedade de ingredientes utilizados pela "medicina popular". Ela sabe que, muitas vezes, os animais são obrigados a tomar até leite com alho e chás de plantas.

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CUIDADO
A médica acrescenta que forçar o cão ou o gato a engolir o medicamento também prejudica o pet:

- Por exemplo, quando o líquido é ministrado contra a vontade do animal, ele, no instinto de se defender, fecha a glote, e o medicamento vai para a traqueia e, depois, para o pulmão. A partir daí, o pet contrai uma pneumonia aspirativa, podendo morrer por conta disso.

Em resumo, quanto maior o volume do líquido ou comprimido ingerido pelo animal, maior o risco de o medicamento ir para a traqueia e não para o estômago.

A estudante Iasmin Chaves, 23 anos, moradora de Agudo, passou por uma situação que exemplifica a importância de se ministrar o remédio do modo correto. Ela lembra que a sua cachorra, chamada Tequila, começou a ter um comportamento "triste", ficar apática e não brincar mais.

Para ajudar a pet, Iasmin começou o tratamento do animal com medicamentos líquidos, ministrados através de seringa, mas ela não demonstrou melhoras. Então, a estudante entrou em contato com Cristian Raquel e explicou o caso. Na consulta, a tutora descobriu que, por estar colocando o remédio direto na garganta de Tequila, de maneira forçada, ela não estava o ingerindo suficientemente e, por isso, o tratamento não estava fazendo efeito.

- Agora, sei como devo dar o remédio para a Tequila. O certo é colocar o líquido no canto da boca para facilitar a deglutição e para o remédio não ir "para o lugar errado" - fala Iasmin.

Entre as várias histórias que Cristian Raquel tem sobre remédios caseiros que deram errado, ela lembra de quando uma tutora chegou no consultório desesperada porque seu cão estava engasgado com um osso:

- Como ela é enfermeira, tentou cuidar da pet com a experiência profissional. Diante daquela situação, chegou me dizendo que quase tinha feito uma traqueostomia no animal.

Após realizar o diagnóstico adequado, a médica veterinária constatou que, na verdade, o cachorro tinha sido picado por um inseto e estava tendo uma reação alérgica. Ao chegar em casa, a tutora encontrou uma abelha morta na sala.

- Imagina se ela faz a tal traqueostomia! Este é o problema dos diagnósticos feitos por quem não tem conhecimento específico. As pessoas devem acionar um médico veterinário mediante qualquer sinal de mal-estar dos bichos - orienta Cristian Raquel. 

Em vídeo, a profissional mostra como remédios líquidos devem ser ministrados. Veja:

DICA DE ESPECIALISTA

  • E se o pet não quiser engolir o comprimido?

Quando o cão ou o gato não quiser ingerir o medicamento por conta própria, forçar ele a fazê-lo nunca é a melhor solução. Cristian Raquel recomenda que a pílula seja escondida entre petiscos, como carnes sem gordura. Um método recomendado para ludibriar o animal é, primeiramente, oferecer a ele um pedaço de carne sem o medicamento, depois, o petisco com o remédio, e logo em seguida, outra carne sem a pílula, a fim de que ele não tenha tempo de perceber a estratégia.

*Colaborou Rafael Favero

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